quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Mito Moderno da Natureza Intocada (Antônio C. Diegues) - Conceito de Selvagem



Bom, na realidade cada um tem seu próprio conceito sobre ‘ Selvagem’. Para mim, selvagem pode ser o Pantanal, mas para os índios que vivem no pantanal, selvagem pode ser a cidade.
Infelizmente, na lei apenas um conceito é aceito, aquele de que índio é selvagem, assim com áreas não-habitadas.
Desde o início, a noção de Wilderness (vida selvagem) foi criticada pelos índios que tiveram que ser removidos de seus territórios, pois para o homem branco, a natureza era selvagem, porém para os índios ela era domesticada. O que seria ‘Domesticada’? É aquilo que foi domesticado. A natureza para os índios foi domesticada de acordo com sua cultura. Mas ninguém se importou se eles se consideravam selvagens ou não.
A noção de Selvagem no séc. XIX era de áreas não-habitadas, principalmente depois do extermínio dos índios. Nessa época, o capitalismo já estava em alta nos EUA, a urbanização estava correndo solta e o governo estava se propondo á reservar grandes áreas naturais a fim de recreação. Até o final desse século grande parte do território dos Estados Unidos era’ selvagem’. Havia na época, o mito de que os recursos eram inesgotáveis, eles não levavam em conta que era preciso preservar a natureza, mas depois de algum tempo, começou a aparecer aqueles para os quais a preservação era necessária, não só para preservar a beleza estética com também para amenizar as pressões psicológicas dos que vivem nas regiões urbanizadas.
O “Wilderness Act”, de 1964, nos EUA, também define áreas selvagens como as que não sofrem ação do homem, onde o homem é apenas visitante e não pode habitar.
A idéia de parque como área selvagem e não-habitada pode ter suas origens na história do “paraíso terrestre”, do Cristianismo. Pois a concepção de Paraíso para os cristãos na Idade Média era de uma área natural, de grande beleza e desabitada. Portanto, essa noção de ‘selvagem’ e de ‘paraíso’ serviu de base á criação dos parques norte-americanos.

Wélica Cristina Duarte

Homem vs Natureza


- Homem x Natureza

Desde o início, vemos o homem como uma ameaça á natureza. Uns destroem mais, outros destruíram menos, mas a realidade é que todos participam dessa batalha.
Tanto na Bíblia, quanto na ciência, nós seres humanos somos os últimos a aparecer no mundo. Por exemplo, na linha do tempo, contando em minutos, nós humanos apareceríamos apenas nos últimos 15 minutos.

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Agora imagine, provavelmente aparecemos nos últimos 15 minutos e já conseguimos fazer todo esse estrago no meio ambiente, e se tivéssemos surgido antes? Haveria ainda alguma coisa nesse mundo?
É interessante pensar desse modo, imagine a Criação, segundo a Bíblia, Deus criou o dia, a noite, os rios, mares, árvores, flores, frutos, animais, e por último, nos fez. Foi muita sabedoria de sua parte nos criar por último.
E se Deus tivesse nos criado antes da natureza? Ainda restaria algo?
Hoje em dia, a batalha entre o homem e a natureza está bem acirrada, o homem com toda sua ganância, polui e destrói o meio ambiente, e a natureza rebate, com desastres naturais, como furacões, enchentes, o aquecimento global, etc.
Essa batalha poderia ser evitada? Na minha opinião, sim, o problema é que o ser humano sempre foi ganancioso, ainda mais atualmente, os políticos só fazem o bem se o bem lhes favorece e se trás lucros. O ser humano sempre visou dinheiro e poder.
Quanto á conscientização ecológica internacional, agora já não é mero modismo, muito menos para as gerações futuras, será questão de vida ou morte.


Por: Wélica Cristina Duarte de Oliveira

Zoneamento (Tangará da Serra - MT)

Zoneamento

É importantíssimo para a sociedade, diretrizes que ajudam no melhoramento da sociedade, que se preocupam com o bem-estar dos moradores da região, tanto não-índio, quanto índio.
Questões como essas são realmente imprescindíveis, como fiscalizar a modalidade de ocupação da área indígena; Monitorar o uso de defensivos agrícolas, etc.
Em áreas que requerem readequação dos sistemas de manejo, é necessário ação de recuperação ambiental, ou até mesmo alteração do uso do solo; pois são áreas de significado estratégico, pois abrigam as nascentes e a zona de recarga dos rios formadores das grandes bacias hidrográficas do rio Amazonas, Tocantins-Araguaia e Paraguai. Nessas áreas, é preciso estimular a implantação de equipamentos de educação e saúde na sede urbana de Água da Prata; Estabelecer parcerias com os governos Federal e Municipal para disponibilizar energia elétrica aos trabalhadores da zona rural; Incentivar o associativismo entre os pequenos e médios produtores para o fortalecimento da pecuária.
É importante também, controlar o uso de trangênicos em torno das terras indígenas da região; incentivar iniciativas de uso racional das águas em todos os setores da sociedade; Fiscalizar e controlar a atividade pesqueira; Incentivar o reflorestamento com espécies nativas nas áreas desflorestadas com fins agropecuários, e que atualmente estejam abandonadas; Entre muitas outras medidas.
Em áreas que requerem manejos específicos, ou seja, áreas que foram recobertas pelas Florestas Ombrófilas e Estacional, é preciso fomentar a implantação do saneamento ambiental, referente á coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos domésticos, hospitalar e de esgoto doméstico; É preciso incentivar a melhoria da capacidade de suporte das pastagens já existentes e a recuperação das já degradadas; e Fiscalizar a extração, o transporte e o comércio ilegal de madeira e outros produtos florestais.
Em áreas que requerem manejos específicos em ambientes com elevada fragilidade, é necessário incentivar o pagamento de serviços ambientais através da manutenção das formações vegetais primárias e etc.
E finalmente, as áreas protegidas, ou seja, áreas instituídas ás terras indígenas da região (Estivadinho, Figueiras, Manok, Juininha, Menku, Paresí, Rio Formoso, Tirecatinga, Umutina e Utiariti), precisam ser incentivadas á realizar a manutenção de aspectos culturais da pesca artesanal indígena. É necessário proteger os meios de vida e a cultura de populaçãoes indígenas; Apoiar ações de controle de invasões nas terras indígenas; Fomentar a difusão da cultura tradicional e manifestações folclóricas para exploração turística; e Etc.
Em Tangará da Serra, compreende 105 Unidades de Conservação, sendo 57 de proteção integral e 48 de uso sustentáveis, legalmente instituídas.

Wélica Cristina Duarte

Conservacionismo e Preservacionismo (Mito Moderno da Natureza Intocada - Antônio C. Diegues)


- Conservacionismo x Preservacionismo

O Conservacionismo acredita que é possível haver harmonia entre o homem e a natureza, se usarmos adequadamente os recursos naturais.
Essa idéia veio do engenheiro florestal Gifford Pinchot, ele acreditava que a conservação deveria ser baseada em 3 princípios: O uso dos recursos naturais pela geração presente; a prevenção de desperdícios; e o uso dos recursos naturais para o benefício da maioria dos cidadãos.
O Preservacionismo por sua vez, prega que para não haver destruição da natureza, é preciso a retirada do homem do ambiente. Ele pretende proteger a natureza contra o desenvolvimento moderno, urbano e industrial.
O teórico mais importante do preservacionismo foi John Muir, ele lutava pela criação de parques nacionais, e uma de suas grandes conquistas foi a implantação do Parque Nacional Yosemite (1890).
Um outro autor importante para o Preservacionismo foi Marsh (1801-1882). Marsh afirmava que a terra foi concedida aos homens para usufruto e não para consumo ou degradação, porém o homem se esqueceu disso.
Nos anos 50, os trabalhos de Krutch retornaram os aspectos éticos do preservacionismo americano. Segundo ele, a modificação da natureza era benéfica até o ponto em que não interferisse drasticamente com o ecossistema como um todo.
Tudo na terra tem seu limite, inclusive o progresso humano. (Nash, 1989:73)

Wélica Cristina Duarte

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Povo Paresí


Os Paresí
“Eu tenho uma história sobre o povo Paresi, seu surgimento na Chapada dos Parecis.
Muitos anos atrás, eu acho que na formação da Terra e do Céu, a história conta que os mais velhos dizem que os Paresi moravam numa rocha fechada, sem janela, sem nada, mas dentro da rocha a multidão dos Paresi viviam muito alegres, sempre faziam festa. Só Deus que existia naquela época, aqui na terra não existia nada de pessoas humana.
Mas um dia Deus ouviu aquele barulho lá embaixo da rocha, então Deus deu uma rajada e abriu um buraco e viu que havia gente desmaiada, assim deitada, quase morta, lá embaixo. Deus pensou que eram pessoas inocentes que poderiam ter saído da rocha para habitar na terra. Depois, no dia seguinte, alguém viu o buraco aberto lá em cima e saiu, vendo o mundo lindo e as flores perfumadas; e tinha cada flor, cores diferentes e muitas outras coisas bonitas que existiam na terra. Retornando para embaixo da rocha, contou para as outras pessoas:
Eu vi uma coisa linda na minha vida. Vi o mundo lindo cheio de flores perfumadas. Gostei muito. Os amigos dele não concordavam e não acreditavam. Mas ele mostrou a flor que levou da terra e os amigos deliraram com tanta beleza e perfume. E acreditaram no que ele viu e começaram a abrir mais buracos para poderem sair dali. Então fizeram mais buracos, abriram, abriram... E assim os Paresi saíram da rocha para fora. Gostaram muito das coisas do mundo exterior e começaram a viver, fazer filhos, filhas, e assim os Paresi se multiplicaram na terra, vivendo até hoje no mesmo lugar.
Alguém já foi naquele local onde os Paresi saíram, e disse que ainda tem o sinal na rocha.
Achei linda esta história, pois Deus estava com eles, abrindo um buraco para os Paresi saírem. A partir daí que os Paresi entenderam que existe um Deus verdadeiro. E essa foi a história dos Paresi.”

(Alinor Alves Zezonai, 47 anos, Professor Aldeia Felicidade)


Bom, essa é uma das versões do mito da origem do povo Paresí. Foi escrita a partir de uma perspectiva protestante, pois é a opção religiosa do informante.
A história mostra quem são os Paresí, cita as coisas que eles apreciam na vida, além da própria vida, como o lugar onde eles vivem, as flores, as coisas da terra, os animais, etc.
A língua Paresí é pertencente a família Aruák.
Os Paresí são agricultores. Antes do contato, eles recolhiam frutos e raízes e cultivavam a terra de forma artesanal, mas hoje foi introduzida a lavoura mecanizada.
Atualmente eles são conhecidos pela suas habilidades em artesanatos, como espanadores de pena de ema, e várias outras artes. Os Paresí se autodenominam Haliti (que significa ‘Gente’).
Os Paresí que vivem na Área Índígena hoje em dia, são decendentes de inter-casamentos entre índios pertencentes á sub-grupos diferentes, como Kaxiniti, Waimaré, Kawáli, Warére e os Kozarini. Dentro do território dos Paresí, há o território de cada sub-grupo. É devido a isso que as aldeias se formam em lugares que já haviam outras.
A aldeias Paresí são autônomas econômica e politicamente.
Antigamente, os líderes eram apenas os fundadores da aldeia, e os Xamãs, mas como toda comunidade democrata, há grupos que elegem seus líderes.
Os relatos etnográficos sobre os Paresí não reconhece a existência de um só chefe geral entre eles, embora reconheçam a sabedoria e autoridade de alguns ilustres Paresí entre eles (Ramos Costa, 1985:160-168).
Hoje, mesmo os que recebem salário, mantém suas roças, mesmo que eles também consumam produtos comprados de outros grupos, ou dos grupos locais.
Os Paresí foram fundamentais no processo de exploração e de povoamento da região de minas de Diamantino, onde trabalharam na extração do ouro e diamante e na navegação. Suas aldeias também serviram para abastecer de alimentos e mão-de-obra as minas das regiões das cabeceiras do Galera e Sararé, na região de Vila Bela da Santíssima Trindade (primeira capital de Mato Grosso).
No século XIX, os Paresí tentaram novas formas de relações com a sociedade regional, pelo comércio. Eles levavam fumo e produtos artesanais que eram muito apreciados.
Embora os Paresí estejam totalmente relacionados com a história da ocupação da região desde o século XVIII, eles não são lembrados como deveriam ser, são excluídos dos livros históricos e pouca gente sabe da importância que tiveram na ocupação dos territórios.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Poesia: Fome do Espírito

Fome do Espírito

A globalização está invadindo...
Não nos dá chance para escolher.
Estamos sendo devorados por suas ideologias
Não pensamos no “outro”
Não pensamos no comum.
Nossos sonhos estão congelados
Tão frios quanto as nossas atitudes
Esse individualismo maldito
Está matando as emoções.
Olhe as pessoas ao seu redor!
Elas têm medo de sorrir, para não parecerem “palhaças”.
Têm medo de amar, para não parecerem ridículas.
Têm vergonha de tentar ser feliz
Fecham-se para as relações e não crescem como gente.
Trabalham, estudam, têm filhos,
Mas não se realizam,
Pois não matam a fome do espírito:
Fome de solidariedade,
De união,
Fome de amor!

Por: Shirley Pimentel de Souza

Filme: A Última Hora


Ontem (13/11/08), assistimos o filme A Última Hora.
Ele é um documentário sobre desastres naturais causados pela própria humanidade, como enchentes, furacões, e outras tragédias.
O documentário mostra como o ecossistema vem sendo destruído desde muito tempo atrás, e o que nós podemos fazer para reverter este quadro.
O homem é o principal responsável pela destruição da nossa espécie, todo dia crianças morrem de fome nos países pobres, enquanto as pessoas nos países desenvolvidos se perdem consumindo. Tudo está interligado.
Se tratarmos a natureza como ela dever ser tratada, isso é, com respeito, podemos salvar o mundo [nós, as pessoas]. A terra não vai á lugar algum. Ela tem todo tempo do mundo, nós é quem não temos.
AINDA não é tarde! Está na hora de começarmos a deixar de ser o problema e começarmos a ser a solução.
O aquecimento global está aí, acreditando você, ou não, ele está aí. Isso é fato.
A temperatura da Terra está ficando cada vez mais insuportável, e vai continuar piorando se nós, como sociedade, não tomarmos uma atitude.
Já passou a hora de refletir, é tempo de agir!
Devemos investir em tecnologias ecológicas.
Sim, é possível!
O homem já conquistou tantas proezas, tantas façanhas e é assim que vai terminar? Nos auto-destruindo? Acabando com nós mesmos e deixando o trono para os insetos?

Wélica Cristina.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Petróleo


Sabemos que o Petróleo hoje em dia está sendo ainda mais valorizado do que a própria vida, em certos lugares.
Hoje, a importância do petróleo na sociedade, excede o amor ao próximo, tornando possíveis conflitos e guerras em que as pessoas destroem e são destruídas.
Porém, o petróleo nas mãos de quem valoriza a vida pode ser de grande ajuda para a sociedade.
No Brasil, um tema que está sendo muito discutido é o que fazer com os recursos do petróleo no país. No Congresso, há diversas propostas sobre o destino dos recursos que serão conseguidos do Pré-sal.
Cristovam Buarque deu a idéia de usar os recursos na educação, saúde, ciência e tecnologia, pois assim, estaríamos transformando recursos não-renováveis em recursos que nunca se esgotariam, mesmo que os recursos naturais se esgotem, a educação nunca se esgotará.
Cristovam criou a Lei 9.478 de 1997 (Lei do Petróleo), que destina o capital lucrado do petróleo para a área da educação no Brasil.
O Presidente Lula, apóia essa idéia.
Eu, particularmente, acredito que há possibilidade de usar os recursos provenientes do Pré-sal para solucionar as deficiências na educação no Brasil. Eu, com certeza, apoio a idéia de Cristovam em “trocar minérios por neurônios”.

Wélica Cristina Duarte!